|
|
Registro Completo |
Biblioteca(s): |
Epagri-Sede. |
Data corrente: |
16/06/2020 |
Data da última atualização: |
16/06/2020 |
Tipo da produção científica: |
Artigo em Anais de Congresso / Nota Técnica |
Autoria: |
WESP, C. L. |
Título: |
Conhecemos o potencial de utilização de nossas florestas nativas? |
Ano de publicação: |
2020 |
Fonte/Imprenta: |
Campo & Negócios - Florestas, São Paulo, v. 8, n. 47, p. 16-17, 2020. |
Idioma: |
Português |
Conteúdo: |
O Brasil apresenta aproximadamente 58% do seu território coberto por florestas naturais e plantadas, o que representa a segunda maior área de florestas do mundo, atrás apenas da Rússia. São estimados 485,8 milhões de hectares de florestas nativas e 9,9 milhões de hectares de florestas plantadas. Além disso, estudos indicam que o Brasil é o país com maior diversidade genética vegetal do planeta. Nesse sentido, a flora brasileira, proporciona ao país posição de destaque em relação à diversidade de espécies nativas com potencial de utilização tecnológica e econômica. A realização de estudos botânicos, agronômicos e químicos nessas espécies torna-se importante, uma vez que os mesmos podem favorecer o aproveitamento sustentável dos recursos genéticos e da diversidade biológica, contribuindo para o estabelecimento de novas cadeias produtivas no país. Apesar dos desmatamentos já ocorridos e das extensas áreas cultivadas com monoculturas no país, ainda são encontradas manchas de Floresta Ombrófila Mista, pertencente à Mata Atlântica em grande parte do território nacional. Contudo, sabe-se que a cobertura florestal nativa no Brasil sofreu ao longo dos últimos anos um processo de destruição acentuada. Tal fato, é consequência de uma série de fatores. Dentre eles se destacam: a urbanização, a expansão de fronteiras agrícolas e a falta de conhecimentos técnicos e científicos à respeito do potencial de utilização dos recursos florestais nativos (ao exemplo da utilização da madeira, dos frutos, de óleos e essências), bem como, da diversidade de espécies da fauna nativa que se abrigam nessas formações florestais. Na região Sul do Brasil, a Floresta Ombrófila Mista, mais conhecida como floresta de araucária, é caracterizada pela presença abundante de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, ou pinheiro-do-paraná, pertente a família Araucariaceae, a qual caracteriza o aspecto fitofisionômico desta formação florestal. Além dela, tem destaque a espécie Ilex paraguariensis A. St.-Hil., pertencente à família Aquifoliaceae e a ocorrência de inúmeras espécies frutíferas da família Myrtaceae, as quais caracterizam o estrato inferior dessa formação vegetal. De maneira geral, além do potencial madeireiro da araucária e da utilização das folhas da erva-mate para a elaboração do chimarrão, as mirtáceas também apresentam grande potencial econômico, evidenciando-se a ocorrência de numerosas espécies frutíferas, algumas já exploradas comercialmente, como a goiabeira (Psidium guajava L.), a jabuticabeira (Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg), e a pitangueira (Eugenia uniflora L.). Contudo, essas espécies representam apenas uma pequena fração do grande potencial econômico da família, havendo ainda, inúmeras outras, ao exemplo da guabirobeira (Campomanesia xanthocarpa Mart. ex. O. Berg.) e da cerejeira-do-rio-grande (Eugenia involucrata DC.).
Contudo, as espécies nativas representam a minoria das plantações florestais, sendo preteridas em relação às espécies exóticas de crescimento rápido e maior produtividade de madeira e/ou frutos, não havendo dados concretos a respeito da área realmente destinada para o cultivo dessas espécies. No entanto, o desenvolvimento de uma silvicultura voltada às espécies nativas tem potencial para compor florestas de proteção, área de preservação permanente, reserva legal, florestas de uso múltiplo e sistemas agroflorestais. Esses ecossistemas florestais representam uma alternativa para a conservação da biodiversidade de fauna e flora e garantem a produção de madeira com qualidades específicas, que as espécies de crescimento rápido não possuem. Como exemplos, podem ser citados móveis finos, construção civil e instrumentos musicais. Além disso, a gama de frutíferas nativas é vasta e seus frutos são reconhecidos pelo alto potencial antioxidante e neutracêutico. Em estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em projeto financiado pelo CNPQ, foi possível avaliar tanto o potencial de utilização de frutíferas nativas, bem como, diferentes meios de cultura para a propagação in vitro das espécies de pitangueira, grumixameira e guabirobeira, o que poderá viabilizar o plantio futuro dessas espécies em florestas plantadas. A guabirobeira, por exemplo, destacou-se pelo elevado percentual de produção de polpa (ao redor de 70%), teor de pectinas (favorecendo a utilização em agroindústrias e a elaboração de doces e geleias) e elevado conteúdo de vitamina C (em média 500 mg de ácido ascórbico/100 g polpa-1), chegando a superar as frutas cítricas, reconhecidas mundialmente por serem fonte dessa vitamina, ao exemplo da laranja, em até 12 vezes. Esse resultado indica a possibilidade da adição de polpa e/ou suco de guabirobeira como agente enriquecedor no processamento de numerosos sucos e néctares de frutos pobres em vitamina C, como por exemplo, maçã, pêra, cereja, lima, abacaxi e pêssego. Nesse contexto, os resultados obtidos para o teor de vitamina C evidenciam a ação antioxidante e funcional elevada dessa espécie. Tal benefício pode retardar e auxiliar a prevenção de doenças causadas por reações oxidativas, como inúmeros cânceres e doenças degenerativas. Desse modo, o consumo frequente dessa frutífera, seria indicado e o plantio de florestas destinadas a esse fim poderia ser fomentado. Em função do acima exposto, conclui-se que a falta de plantios expressivos de florestas nativas no Brasil está atrelada, principalmente, à falta de pesquisa científica que viabilize a produção das florestas nativas plantadas, de forma que essas contribuam para a utilização benéfica da biodiversidade, da preservação das espécies, para o reflorestamento de áreas degradadas, bem como, para o avanço da economia local e nacional. O desenvolvimento de um sistema de manejo sustentável e adequado aos povoamentos florestais, aliado à identificação dos fatores que limitam o crescimento e a produção desses recursos, bem como, identifiquem seus potencias usos comerciais, pode contribuir para o aumento do interesse do plantio de florestas nativas em áreas propicias, ao exemplo de áreas degradadas destinadas ao reflorestamento, possibilitando competitividade no mercado e assegurando a sustentabilidade por meio de equilíbrio entre a produção e conservação do meio ambiente. MenosO Brasil apresenta aproximadamente 58% do seu território coberto por florestas naturais e plantadas, o que representa a segunda maior área de florestas do mundo, atrás apenas da Rússia. São estimados 485,8 milhões de hectares de florestas nativas e 9,9 milhões de hectares de florestas plantadas. Além disso, estudos indicam que o Brasil é o país com maior diversidade genética vegetal do planeta. Nesse sentido, a flora brasileira, proporciona ao país posição de destaque em relação à diversidade de espécies nativas com potencial de utilização tecnológica e econômica. A realização de estudos botânicos, agronômicos e químicos nessas espécies torna-se importante, uma vez que os mesmos podem favorecer o aproveitamento sustentável dos recursos genéticos e da diversidade biológica, contribuindo para o estabelecimento de novas cadeias produtivas no país. Apesar dos desmatamentos já ocorridos e das extensas áreas cultivadas com monoculturas no país, ainda são encontradas manchas de Floresta Ombrófila Mista, pertencente à Mata Atlântica em grande parte do território nacional. Contudo, sabe-se que a cobertura florestal nativa no Brasil sofreu ao longo dos últimos anos um processo de destruição acentuada. Tal fato, é consequência de uma série de fatores. Dentre eles se destacam: a urbanização, a expansão de fronteiras agrícolas e a falta de conhecimentos técnicos e científicos à respeito do potencial de utilização dos recursos florestais nativos (ao exemplo da utilização da madeira, dos ... Mostrar Tudo |
Palavras-Chave: |
Agroindustrialização; Espécies Nativas; Mata Atlântica. |
Categoria do assunto: |
K Ciência Florestal e Produtos de Origem Vegetal |
|
|
Marc: |
LEADER 06962naa a2200157 a 4500 001 1129713 005 2020-06-16 008 2020 bl uuuu u00u1 u #d 100 1 $aWESP, C. L. 245 $aConhecemos o potencial de utilização de nossas florestas nativas?$h[electronic resource] 260 $c2020 520 $aO Brasil apresenta aproximadamente 58% do seu território coberto por florestas naturais e plantadas, o que representa a segunda maior área de florestas do mundo, atrás apenas da Rússia. São estimados 485,8 milhões de hectares de florestas nativas e 9,9 milhões de hectares de florestas plantadas. Além disso, estudos indicam que o Brasil é o país com maior diversidade genética vegetal do planeta. Nesse sentido, a flora brasileira, proporciona ao país posição de destaque em relação à diversidade de espécies nativas com potencial de utilização tecnológica e econômica. A realização de estudos botânicos, agronômicos e químicos nessas espécies torna-se importante, uma vez que os mesmos podem favorecer o aproveitamento sustentável dos recursos genéticos e da diversidade biológica, contribuindo para o estabelecimento de novas cadeias produtivas no país. Apesar dos desmatamentos já ocorridos e das extensas áreas cultivadas com monoculturas no país, ainda são encontradas manchas de Floresta Ombrófila Mista, pertencente à Mata Atlântica em grande parte do território nacional. Contudo, sabe-se que a cobertura florestal nativa no Brasil sofreu ao longo dos últimos anos um processo de destruição acentuada. Tal fato, é consequência de uma série de fatores. Dentre eles se destacam: a urbanização, a expansão de fronteiras agrícolas e a falta de conhecimentos técnicos e científicos à respeito do potencial de utilização dos recursos florestais nativos (ao exemplo da utilização da madeira, dos frutos, de óleos e essências), bem como, da diversidade de espécies da fauna nativa que se abrigam nessas formações florestais. Na região Sul do Brasil, a Floresta Ombrófila Mista, mais conhecida como floresta de araucária, é caracterizada pela presença abundante de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, ou pinheiro-do-paraná, pertente a família Araucariaceae, a qual caracteriza o aspecto fitofisionômico desta formação florestal. Além dela, tem destaque a espécie Ilex paraguariensis A. St.-Hil., pertencente à família Aquifoliaceae e a ocorrência de inúmeras espécies frutíferas da família Myrtaceae, as quais caracterizam o estrato inferior dessa formação vegetal. De maneira geral, além do potencial madeireiro da araucária e da utilização das folhas da erva-mate para a elaboração do chimarrão, as mirtáceas também apresentam grande potencial econômico, evidenciando-se a ocorrência de numerosas espécies frutíferas, algumas já exploradas comercialmente, como a goiabeira (Psidium guajava L.), a jabuticabeira (Myrciaria cauliflora (Mart.) O. Berg), e a pitangueira (Eugenia uniflora L.). Contudo, essas espécies representam apenas uma pequena fração do grande potencial econômico da família, havendo ainda, inúmeras outras, ao exemplo da guabirobeira (Campomanesia xanthocarpa Mart. ex. O. Berg.) e da cerejeira-do-rio-grande (Eugenia involucrata DC.). Contudo, as espécies nativas representam a minoria das plantações florestais, sendo preteridas em relação às espécies exóticas de crescimento rápido e maior produtividade de madeira e/ou frutos, não havendo dados concretos a respeito da área realmente destinada para o cultivo dessas espécies. No entanto, o desenvolvimento de uma silvicultura voltada às espécies nativas tem potencial para compor florestas de proteção, área de preservação permanente, reserva legal, florestas de uso múltiplo e sistemas agroflorestais. Esses ecossistemas florestais representam uma alternativa para a conservação da biodiversidade de fauna e flora e garantem a produção de madeira com qualidades específicas, que as espécies de crescimento rápido não possuem. Como exemplos, podem ser citados móveis finos, construção civil e instrumentos musicais. Além disso, a gama de frutíferas nativas é vasta e seus frutos são reconhecidos pelo alto potencial antioxidante e neutracêutico. Em estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em projeto financiado pelo CNPQ, foi possível avaliar tanto o potencial de utilização de frutíferas nativas, bem como, diferentes meios de cultura para a propagação in vitro das espécies de pitangueira, grumixameira e guabirobeira, o que poderá viabilizar o plantio futuro dessas espécies em florestas plantadas. A guabirobeira, por exemplo, destacou-se pelo elevado percentual de produção de polpa (ao redor de 70%), teor de pectinas (favorecendo a utilização em agroindústrias e a elaboração de doces e geleias) e elevado conteúdo de vitamina C (em média 500 mg de ácido ascórbico/100 g polpa-1), chegando a superar as frutas cítricas, reconhecidas mundialmente por serem fonte dessa vitamina, ao exemplo da laranja, em até 12 vezes. Esse resultado indica a possibilidade da adição de polpa e/ou suco de guabirobeira como agente enriquecedor no processamento de numerosos sucos e néctares de frutos pobres em vitamina C, como por exemplo, maçã, pêra, cereja, lima, abacaxi e pêssego. Nesse contexto, os resultados obtidos para o teor de vitamina C evidenciam a ação antioxidante e funcional elevada dessa espécie. Tal benefício pode retardar e auxiliar a prevenção de doenças causadas por reações oxidativas, como inúmeros cânceres e doenças degenerativas. Desse modo, o consumo frequente dessa frutífera, seria indicado e o plantio de florestas destinadas a esse fim poderia ser fomentado. Em função do acima exposto, conclui-se que a falta de plantios expressivos de florestas nativas no Brasil está atrelada, principalmente, à falta de pesquisa científica que viabilize a produção das florestas nativas plantadas, de forma que essas contribuam para a utilização benéfica da biodiversidade, da preservação das espécies, para o reflorestamento de áreas degradadas, bem como, para o avanço da economia local e nacional. O desenvolvimento de um sistema de manejo sustentável e adequado aos povoamentos florestais, aliado à identificação dos fatores que limitam o crescimento e a produção desses recursos, bem como, identifiquem seus potencias usos comerciais, pode contribuir para o aumento do interesse do plantio de florestas nativas em áreas propicias, ao exemplo de áreas degradadas destinadas ao reflorestamento, possibilitando competitividade no mercado e assegurando a sustentabilidade por meio de equilíbrio entre a produção e conservação do meio ambiente. 653 $aAgroindustrialização 653 $aEspécies Nativas 653 $aMata Atlântica 773 $tCampo & Negócios - Florestas, São Paulo$gv. 8, n. 47, p. 16-17, 2020.
Download
Esconder MarcMostrar Marc Completo |
Registro original: |
Epagri-Sede (Epagri-Sede) |
|
Biblioteca |
ID |
Origem |
Tipo/Formato |
Classificação |
Cutter |
Registro |
Volume |
Status |
|
Voltar
|
|
Registros recuperados : 72 | |
Registros recuperados : 72 | |
|
Nenhum registro encontrado para a expressão de busca informada. |
|
|